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Funkmade in

BRAZIL

UMDOSPAISDOFUNKCARIOCA, MULTIPROFISSIONAL

DJMARLBORO

CITAOS

DEZNOMESQUE INFLUENCIARAMSEUTRABALHODEARTISTAEPRODUTOR

A

história de Fernando Luiz Mattos da Mat-

ta, o DJ Marlboro, mistura-se com a do

funk no Brasil.Afinal,ele é considerado um

dos criadores da versão carioca do gênero. Na déca-

da de 70, apenas o funk americano (oriundo do jazz,

blues e soul) era consumido por aqui – basicamente

em festas familiares e discotecas.Mas logo o gênero

começou a fazer sucesso em nosso país. No Rio de

Janeiro, os bailes cresciam a cada fim de semana e o

público triplicava a cada apresentação.

Foi aí que, no início dos anos 80,Marlboro resol-

veu inovar, criando letras em português. Os versos,

focando o dia a dia das comunidades, logo caíram

na boca do povão. “Me apresentava para dez mil

pessoas. Aquilo saiu do controle. O sucesso era ab-

surdo, apesar de ninguém saber quem eu era”, expli-

ca Marlboro que em 1989 lançou seu primeiro

disco,

Funk Brasil

. “Esse trabalho é um marco. A

história do funk carioca começou aí”.

Claro que, com o sucesso, veio o preconceito. Por

exprimir a cruel realidade das favelas e contar com

um linguajar cheio de erotismo, gírias e sarcasmo, o

gênero começou a ser mal visto por camadas da so-

ciedade e chegou até a ser proibido. Mas, claro, não

foi extinto. Ao contrário, recebeu reconhecimento

formal em 2009, quando a Assembléia Legislativa

do Rio de Janeiro decretou ser o ritmo um patrimô-

nio cultural do estado. A luta acabou? Não. “O funk

está em constante metamorfose. Hoje temos grandes nomes, como Ludmilla, MC Marcinho e Anitta, mas aquele funk proibidão,

aquele funk de favela, ainda sofre com o preconceito. Eu não toco proibidão, acho que DJ não deve fazer apologia ao crime, mas

aqueles jovens das comunidades são salvos pela música. Ao cantar sobre a sua realidade, eles deixam de ver o traficante como o herói

e passam a sonhar com o sucesso, passam a ter o MC como referência”, explica.

Se os proibidões ainda se mantem nos guetos, outras vertentes do gênero ganharam, ao longo dos anos, milhões de adeptos, inclu-

sive da classe A. E, influenciado pelo melody, pop e rap, passou por mudanças, ganhou diversas vertentes e acabou invadindo o Brasil

e o mundo. Prova disso é que em 2003 DJ Marlboro se tornou o primeiro brasileiro a discotecar no SummerStage, tradicional festival

nova-iorquino. Essas realizações crescem de tempos em tempos, fazendo de Marlboro um artista que compõe, discoteca, produz e até

empresaria. “Alguns precisaram morrer para serem reconhecidos. Eu não precisei disso – afinal, vi nosso funk ser conhecido e reco-

nhecido internacionalmente”, comemora. Com uma bagagem cultural enorme e tantas histórias para contar, o artista aceitou o desa-

fio de revelar as dez maiores influências musicais de sua trajetória. Confira a lista:

Earth,Wind & Fire

“Para mim, é a maior e melhor banda de

funk de todos os tempos.Eles são ummar-

co. O que fizeram pelo gênero ainda se

reflete no que ouvimos hoje em dia. E tem

o Maurice White (vocalista e líder do gru-

po), que é um músico incrível”.

Shalamar

“Três excepcionais dançarinos, que dita-

vam tendências,foram colocados para can-

tar. Algo arriscado, não? Errado. Não sei se

foi sorte ou destino,mas eles fizerammuito

sucesso entre 1975 e 1990. Isso só prova

que, muitas vezes, o talento está escondido

e só precisa de uma oportunidade”.

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DJMARLBORO

"VI OFUNK

BRASILEIROSER

CONHECIDOE

RECONHECIDO"