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www.portalsucesso.com.br

show business

P

OR

G

ILMAR

L

AURINDO

N

ão é de hoje que o funk, graças

principalmente aos representan-

tes das vertentes melody e pop,

ocupa com folga o segundo lugar no mer-

cado brasileiro de shows, atrás apenas do

sertanejo. Até as casas abertas para abrigar

apenas os ritmos rurais renderam-se ao

funk, reservando ao menos um dia da se-

mana para atrações do gênero nascido

nos morros cariocas e periferia da

capital paulista. Quem garante

isso é um especialista em funk,

o mineiro GeraldoMoura Ro-

cha, o Ladim, da Ladim Pro-

duções, empresa responsá-

vel, entre outras, pelas

atrações funkeiras que se

apresentam na badalada

casa sertaneja Wood’s,

de Belo Horizonte.

Aos 38 anos, o ex-ra-

dialista e ex-DJ trabalha com o segmento há 12 anos, desde os

tempos em que o funk era marginalizado. “No começo, havia

muito preconceito por parte dos contratantes e também exagero

do lado dos artistas – nas letras das músicas, que incluíam pala-

vrões e apologia a armas e drogas”, lembra Ladim.

Mas os primeiros contatos dele com o show business se dariam

três anos antes. Ladim apresentava um programa sobre forró pé-

-de-serra (gênero em alta na época) na rádio Alternativa FM

(BH) e começou a se envolver na produção de eventos organiza-

dos pela emissora. “Trabalhávamos somente com bandas de for-

ró, mas depois eu passei a fazer outras produções, envolvendo

artistas de vários gêneros, até chegar aos funkeiros”.

Ladim guarda lembranças pouco agradáveis do primeiro show

de funk que produziu. “Deu tudo errado. Eu fechei o

estacionamento de um shopping para um show do

MC Colibri, então estourado. Três mil pessoas foram

pra lá.Acontece que choveu e a energia caiu.Eu,inex-

periente, não havia contratado gerador. Resultado: O

show foi interrompido na metade e o público,irritado,

começou a saquear os bares montados. Tomei prejuízo e pensei

em desistir”, explica. Depois dos funkeiros daquela época – além

de Colibri, MC Frank e Menor da Chapa –, o escritório de La-

dim passou a comercializar e a produzir shows com os represen-

tantes do gênero que até hoje destacam-se no cenário – como

Buchecha, Marlboro, Marcinho, Valesca Popozuda e Koringa.

“Estes são os nomes com quem eu mais trabalho”, a¥rma. “Até

alguns anos atrás, eu atendia apenas o estado de Minas. Mas

graças à divulgação do escritório, passei a vender shows também

MUITO

FUNK

!

ESPECIALIZADANA VENDADEATRAÇÕESDOGÊNERO, A

LADIMPRODUÇÕES

,

DEBELOHORIZONTE, ATENDECLIENTESNOBRASILENOEXTERIOR

DIVULGAÇÃO

em cidades dos estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro,

Espírito Santo e Goiás”, acrescenta.

Ao todo, são 15 atrações negociadas, em média, mensalmente.

“Trabalho com casas de espetáculo e prefeituras,mas tenho foca-

do mais ultimamente no mercado de formaturas, casamentos,

festas de aniversário e eventos de empresas. O funk cresceu mui-

to, artisticamente falando. As produções ganharam arranjos pop,

dançantes, e as letras falam de amor e de alegria. Quem não quer

festejar ouvindo esse tipo de som?”,pergunta ele,justi¥cando ain-

da entre os pontos positivos para a contratação de shows de funk

os cachês competitivos e os custos de produção e logística mais

baixos em relação a outros gêneros populares. “O funkeiro tem

ainda a vantagem de conseguir fazer até três apresentações na

mesma noite, em espaços diferentes”, a¥rma Ladim.

Essas facilidades ¥zeram com que o pro¥ssional passasse a ne-

gociar também com clientes do exterior. Ele já levou Marlboro

para três tours nos Estados Unidos,país onde também esteve com

Mulher Melancia. “Estou fechando mais alguns shows para os

dois para o verão americano deste ano”, a¥rma Ladim, que tam-

bém levou o funk brasileiro para a Europa – esteve comMC Biju

em shows em Portugal, Espanha e França.

Aproveitando seu relacionamento no mercado, o empresário

decidiu apostar no talento da jovem Faby, representante do funk

melody, lançando-a com exclusividade. A cantora é intérprete

de hits como

Desa o do in nito

,

Tibum

e

Treme treme

, faixa in-

cluída na coletânea

Raggafunk

, produzida por Marlboro, a ser

lançada pela Som Livre.

OEMPRESÁRIOLADIM

"ATÉASCASASSERTANEJASSE

RENDERAMAOFUNKETAMBÉM

APRESENTAMSHOWSDOGÊNERO"

FABYEKORINGA

ELAESTÁSENDOLANÇADAPORLADIM; ELEÉUM

DOSNOMESMAISVENDIDOSPELOESCRITÓRIO

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