56
www.portalsucesso.com.brmercado
P
or
G
ilmar
l
aurindo
N
ão dá pra negar. A Warner Music Brasil tem muita
participação na profissionalização e glamourização do
funk. O gênero, antes restrito a nichos – em suas ver-
sões melody, ostentação, batidão, proibidão etc. –, hoje é apre-
ciado de norte a sul.Não tem contra-indicação. Todas as classes
sociais se renderam ao poder do som que brotou nos morros
cariocas – e, em sua versão paulistana, na periferia de São Paulo
– e tornou-se, como diz Sergio Affonso, presidente da Warner
Music, o verdadeiro pop brasileiro. "Tem gente que se incomo-
da quando digo isso, mas fica difícil contestar. O gênero é hoje
o mais popular do país, depois do sertanejo".
Com 26 anos de companhia, dos quais 18 no cargo de presi-
dente, Affonso foi o responsável pela descoberta do principal
nome nome do funk nacional, a cantora Anitta. O fato deu-se
pelos idos de 2010, quando ele presidia a unidade mexicana da
companhia. "Nas horas vagas, ficava ouvindo música e vendo
vídeos, sobretudo clipes feitos do Brasil. Foi quando me deparei
com a Anitta. O primeiro vídeo que eu vi dela foi
Menina má
.
Tinha pegada, malícia, os arranjos eram simples, mas bem inte-
ressantes. Os figurinos já eram apropriados. E ela tinha um
olhar tão cativante, que eu pensei: 'aqui tem negócio'", conta,
sorrindo. "Ao mesmo tempo, fiquei fascinado com o poder do
gênero em reunir pessoas. Porque você pode gostar ou não da
música feita pelos funkeiros, mas não pode negar a força popu-
lar que o movimento tem".
Os primeiros contatos com Anitta se deram durante visitas
FEELING
E
TRABALHO
RESPONSÁVELPORDESCOBRIRELANÇARNOMESCOMOANITTA,LUDMILLAE
TIÊ,
SERGIOAFFONSO
FESTEJAOBOMMOMENTODAWARNERMUSICBRASIL
que Sergio fazia ao Rio de Janeiro. Quando ele voltou de vez à
cidade, fechou o contrato. "Ela era uma menina, mas já sabia o
que queria pra carreira. Percebi o quanto era profissional. Seu
funk tinha identidade própria. Não era esculachado e já tinha
elementos pop. O que fizemos foi moldar um pouco aquilo
tudo, seja a questão de repertório seja a imagem. A Anitta é um
geniozinho, uma artista acima da média. E ela queria crescer.
Então juntou a fome com a vontade de comer", resume. Segun-
do ele, a relação da companhia com a cantora não se limita ao
trabalho fonográfico. "Omodelo é o chamado '360º passivo', ou
seja, inclui tudo menos a comercialização de shows", explica
Sergio, não descartando no entanto a participação da Warner
na receita das apresentações. "Acho que as gravadoras precisam
participar de todas ações envolvendo seus contratados, sendo
remuneradas por isso. Mas venda de shows não é expertise das
discográficas, por isso nunca quis abrir departamentos na com-
panhia com essa função", explica.
Segundo Sergio Affonso, Anitta é hoje uma das prioridades
mundiais da Warner, por conta de seus números físicos e digitais.
Tanto que até meados de 2016 ela deve ser lançada no mercado
internacional, começando pela América Latina. As primeiras in-
cursões da artista em outros territórios foram bem sucedidas. A
música
Show das poderosas
e o espetáculo de mesmo título fizeram
muito sucesso em Portugal e Espanha. O mesmo ocorreu com a
versão hispânica para
Zen
, dueto dela com o rapper espanhol
Rasel, que tocou em vários países. "Percebemos que é o momen-
AFFONSOE, AOLADO,
ACANTORAANITTA
"ELAÉUM
GENIOZINHO,
UMAARTISTA
ACIMADAMÉDIA"
DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO