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mercado

P

or

G

ilmar

l

aurindo

N

ão dá pra negar. A Warner Music Brasil tem muita

participação na profissionalização e glamourização do

funk. O gênero, antes restrito a nichos – em suas ver-

sões melody, ostentação, batidão, proibidão etc. –, hoje é apre-

ciado de norte a sul.Não tem contra-indicação. Todas as classes

sociais se renderam ao poder do som que brotou nos morros

cariocas – e, em sua versão paulistana, na periferia de São Paulo

– e tornou-se, como diz Sergio Affonso, presidente da Warner

Music, o verdadeiro pop brasileiro. "Tem gente que se incomo-

da quando digo isso, mas fica difícil contestar. O gênero é hoje

o mais popular do país, depois do sertanejo".

Com 26 anos de companhia, dos quais 18 no cargo de presi-

dente, Affonso foi o responsável pela descoberta do principal

nome nome do funk nacional, a cantora Anitta. O fato deu-se

pelos idos de 2010, quando ele presidia a unidade mexicana da

companhia. "Nas horas vagas, ficava ouvindo música e vendo

vídeos, sobretudo clipes feitos do Brasil. Foi quando me deparei

com a Anitta. O primeiro vídeo que eu vi dela foi

Menina má

.

Tinha pegada, malícia, os arranjos eram simples, mas bem inte-

ressantes. Os figurinos já eram apropriados. E ela tinha um

olhar tão cativante, que eu pensei: 'aqui tem negócio'", conta,

sorrindo. "Ao mesmo tempo, fiquei fascinado com o poder do

gênero em reunir pessoas. Porque você pode gostar ou não da

música feita pelos funkeiros, mas não pode negar a força popu-

lar que o movimento tem".

Os primeiros contatos com Anitta se deram durante visitas

FEELING

E

TRABALHO

RESPONSÁVELPORDESCOBRIRELANÇARNOMESCOMOANITTA,LUDMILLAE

TIÊ,

SERGIOAFFONSO

FESTEJAOBOMMOMENTODAWARNERMUSICBRASIL

que Sergio fazia ao Rio de Janeiro. Quando ele voltou de vez à

cidade, fechou o contrato. "Ela era uma menina, mas já sabia o

que queria pra carreira. Percebi o quanto era profissional. Seu

funk tinha identidade própria. Não era esculachado e já tinha

elementos pop. O que fizemos foi moldar um pouco aquilo

tudo, seja a questão de repertório seja a imagem. A Anitta é um

geniozinho, uma artista acima da média. E ela queria crescer.

Então juntou a fome com a vontade de comer", resume. Segun-

do ele, a relação da companhia com a cantora não se limita ao

trabalho fonográfico. "Omodelo é o chamado '360º passivo', ou

seja, inclui tudo menos a comercialização de shows", explica

Sergio, não descartando no entanto a participação da Warner

na receita das apresentações. "Acho que as gravadoras precisam

participar de todas ações envolvendo seus contratados, sendo

remuneradas por isso. Mas venda de shows não é expertise das

discográficas, por isso nunca quis abrir departamentos na com-

panhia com essa função", explica.

Segundo Sergio Affonso, Anitta é hoje uma das prioridades

mundiais da Warner, por conta de seus números físicos e digitais.

Tanto que até meados de 2016 ela deve ser lançada no mercado

internacional, começando pela América Latina. As primeiras in-

cursões da artista em outros territórios foram bem sucedidas. A

música

Show das poderosas

e o espetáculo de mesmo título fizeram

muito sucesso em Portugal e Espanha. O mesmo ocorreu com a

versão hispânica para

Zen

, dueto dela com o rapper espanhol

Rasel, que tocou em vários países. "Percebemos que é o momen-

AFFONSOE, AOLADO,

ACANTORAANITTA

"ELAÉUM

GENIOZINHO,

UMAARTISTA

ACIMADAMÉDIA"

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