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mercado

No último dia 9 de março, a Comissão Especial do

Desenvolvimento Nacional aprovou o substitutivo do relator

Blairo Maggi (senador pelo PR-MT) para o Projeto de Lei

do senador

Ciro Nogueira

, que legaliza os jogos de azar.

Entre outros, a matéria autoriza o credenciamento de uma

casa de bingo por município com até 150 mil habitantes

(este número será usado como referência, quando se tratar

de cidades mais populosas) e até 35

cassinos no país (a maioria em

estados pobres, como forma de

incrementar a economia e o

turismo). O texto também proíbe

que políticos eleitos (e seus parentes

de primeiro grau) explorem jogos de

azar e propõe que 17% dos tributos

arrecadados sejam destinados à área

social.Peloprojeto,comalegalização

R$ 15 bilhões passarão a circular

anualmente na economia formal.

De sua parte, um dado que o

governo pretende usar para

fortalecer o argumento em defesa

dos cassinos e bingos é o fato de

que somente 50 dos 194 países

membros da Organização das

Nações Unidas (ONU) proíbem

jogos de azar. Mesmo assim sabe

que não será fácil convencer políticos das bancadas

evangélicas e parlamentares mais conservadores. Mesmo

liberais como Aloysio Nunes Ferreira e José Serra (PSDB-

SP) torcem o nariz para o projeto. "Há quem veja isso como

uma possibilidade de facilitar a lavagem de dinheiro. Além

disso, também há a visão de que pode destruir famílias”,

afirma Nunes Ferreira. Se aprovada no Senado, a proposta

segue para o Plenário da Câmara, para análise e votação

dos deputados.

Por sua vez, o ministro do STF Marco Aurélio Mello

posicionou-se favorável à ideia, em entrevista ao

Programa

do Jô

. "A probição é um ranço do passado, mas devemos

evoluir. Os brasileiros viajam e acabam jogando no exterior.

Precisamos realmente constatar a realidade: os males no

Brasil não estão no jogo”, comentou o magistrado.

Embora a grande novidade no projeto do senador Ciro

Nogueira trate da reabertura dos

cassinos, o movimento maior em

arrecadação e geração de empregos

virá com a volta dos bingos. O

mercado musical certamente

também se beneficiará com o

reaquecimento deste setor – seja na

arrecadação de direitos sobre

execução de música mecânica seja

com a apresentação de shows – em

geral intimistas.

Os jogos de bingo e as máquinas

caça-níqueis estão proibidas no

Brasil desde 2004. Parlamentares

favoráveis à reabertura defendem

que a aprovação do Projeto de Lei

resgatará 320 mil empregos diretos

e indiretos perdidos com a

paralisação das atividades das casas

de bingos. Afinado com a ideia, o

manager Dody Sirena faz coro: "O jogo no Brasil só é

proibido para a iniciativa privada, uma vez que o governo

explora uma série de modalidades de jogos através da Caixa

Econômica Federal. O jogo é uma forma lúdica e indolor

de cobrar impostos, e paga aquele que busca este

entretenimento. Neste momento emque o governo sinaliza

com aumento de impostos, seria muito mais lógico liberar

o jogo para a iniciativa privada do que implementar

novamente a CPMF, por exemplo", defende ele.

FoConoTUrismoegeraÇÃodeemPregos

envolve jantar, show e visita ao salão de jogos. E o público, nes-

ses casos, é diferenciado, com boa renda, interessado em cultura

e boa diversão", analisa.

Considerando a justificativa mais contundente para a volta

dos cassinos – exploração do turismo, além da geração de em-

pregos –, Rommel adverte: "É preciso prestar muita atenção na

programação artística desses espaços. Viajando a outros países

e nos dois anos em que morei em Portugal, assisti a inúmeros

shows em cassinos, de artistas brasileiros como Fafá de Belém

e Joanna até astros internacionais como Rod Stewart e James

Brown. Como o fluxo de estrangeiros no Brasil ainda é modes-

to comparado a outros países, os cassinos vão ter que atrair e

agradar sobretudo o público brasileiro. Se pensarem somente

em números artísticos voltados aos turistas internacionais, acho

que vai ser um equivoco".

Divulgação

Divulgação

rommeLmarQUes,managerdeaniTTa

"programaçãoartÍsticadeverÁFocar

opúbliconacional,nãooestrangeiro"