SUCESSO#169

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rádio

HOMAZ

AFAEL

o contrário do que acon-

tece em inúmeras capi-

tais do país, como Porto

Alegre, Belo Horizonte, Floria-

nópolis, Belém e Salvador, onde o

futebol é dominado por duas

equipes rivais, a cidade de Recife

tem a particularidade de contar

com três times tradicionais

(Sport, Náutico e Santa Cruz),

que dividem entre eles a maioria

dos títulos e torcedores locais.

Fenômeno inverso, curiosa-

mente, tem acontecido em outro

"campeonato" na capital per-

nambucana. Enquanto muitas

emissoras de rádio se alternam

com frequência na liderança de

audiência na maioria das capi-

tais, a tradicional Clube FM

(99,1 MHz) é primeiro lugar no

Recife, segundo o Ibope, há in-

críveis dez anos. Numa compa-

ração exagerada com o futebol,

seria como um time se sagrar

decacampeão estadual. Uma fa-

çanha e tanto.

Provavelmente não por coinci-

dência, a emissora é dirigida há

exatamente uma década por Leo

Gangana, profissinal com quase

30 anos de rádio, que decidiu tro-

car Brasília (era coordenador da Rádio Atividade) por Recife em

2006. Logo em sua chegada, promoveu uma série de alterações

na grade musical da Clube. Num mercado diferente do que ve-

mos em grandes cidades do Sudeste e Centro-oeste, o rádio

pernambucano toca menos música sertaneja e pagode, abrindo

ainda muito espaço para gêneros locais, com destaque para o

forró. No entanto, ao contrário da maioria das concorrentes, a

Clube aposta justamente na combinação desses gêneros. "A mú-

sica sertaneja não é isoladamente a mais tocada na Clube, mas

está certamente entre as mais tocadas, ao lado do samba, pagode

e, obviamente, o forró", explica Gangana.

Em recentes aferições (março e abril) realizadas pela Crowley,

empresa de monitoração de áudio, em Recife, muitos hits es-

trangeiros e nomes como Capital Inicial,Tiago Iorc, Jota Quest

e Ludmilla apareceram nas primeiras posições entre as canções

mais tocadas. É curioso notar que são artistas com pouco ou

nenhum espaço na líder do Ibope. "Quase não há música inter-

UMA

dÉcada

toPo

COMPROGRAMAÇÃOPOPULAR, QUEPRIORIZASERTANEJO, PAGODE, FORRÓE

MÚSICACATÓLICA,

clUBefM

HÁDEZANOSÉLÍDERDEAUDIÊNCIAEMRECIFE

nacional em nossa programação.

Tampouco rock ou funk. Priori-

zamos os pedidos de nossos ou-

vintes. E eles parecem não curtir

tanto o funk, por exemplo. Mas

Anitta é uma exceção, figurando

em nosso ranking de músicas

mais pedidas", conta o diretor

da Clube FM.

É interessante notar que, em-

bora outros gêneros se desta-

quem bastante nos números da

Crowley, a segunda colocada nas

pesquisas de audiência também

segue uma linha musical mais

popular. "É verdade. A Recife

FM é nossa principal concorren-

te e conta com uma programação

semelhante. Mas as emissoras

evangélicas também são rivais de

peso. Cresceram muito nos últi-

mos anos", aponta Gangana.

Atenta a essa tendência, a Clube não deixa de incluir na pro-

gramação sucessos religiosos. "Padre Marcelo Rossi e Padre

Fábio de Mello são os mais tocados", completa o diretor. A

palavra de Deus não é ouvida apenas em canções. De segunda

a sábado, das 8 às 9 da manhã, a rádio transmite o programa

Encontro com Deus

, com o Padre Damião Silva. Segundo Gan-

gana, trata-se da maior audiência da emissora.

› MUlHeres e JoVens

Predominantemente feminina (cerca de 60% dos ouvintes) e

jovem (66%), a audiência da Clube atinge fortemente as clas-

ses C, D e E (85%) dos 14 municípios da região metropolitana

do Recife. Ao todo, são mais de 48 mil ouvintes por minuto

(Ibope do trimestre dez/jan/fev). Números que impressionam

também se comparados com os de grandes redes de rádio na-

cionais que transmitem para o estado de Pernambuco – como

Mix, Jovem Pan, Nova Brasil, Band FM e Transamérica –, que

odiretorleoGanGana

desdeQueeleassumiu,

emissoramantem-se

emprimeiroluGar

DIVULGAÇÃO

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ficam muito atrás da primeira colocada.

Apostando mais em redes sociais do que num site oficial e

investindo em promoções de eventos - mas nunca na produção

dos mesmos -, a Clube procura fazer o "simples", segundo Gan-

gana, para se manter há tanto tempo no topo. "Não há segredo.

Utilizamos muito o Face, Instagram e outras ferramentas para

divulgar a emissora e interagir com os ouvintes.Tocamos basica-

mente as músicas mais pedidas por eles nessas interações. Even-

tualmente, abrimos espaço para revelações e artistas locais, mas

nossa prioridade é o que faz sucesso.E seguimos fazendo promo-

ções que realmente despertam o interesse do público. Como as

que envolvem encontros com seus artistas preferidos".

Entre os próximos eventos da agenda da Clube, destaque para

o projeto

A gente faz a festa

, que marca o reencontro de Péricles,

Thiaguinho e Chrigor, ex-integrantes do Exaltasamba.Thiagui-

nho, aliás, em carreira solo, é um dos artistas mais populares

entre os ouvintes da emissora. Seu sucesso

Hey, mundo

foi uma

das três canções mais tocadas na Clube no primeiro trimestre

de 2016. As outras duas foram

Sosseguei

( Jorge & Mateus) e

Camarote

(Wesley Safadão).

Ponderado, Leo Gangana prefere trocar o entusiasmo pelo

esforço e seriedade. Sabe que os números da Clube são uma

raridade no meio radiofônico, mas não desdenha de nenhuma

concorrente que possa ameaçar esta liderança. E muito menos

da concorrência de outras mídias. "O rádio segue muito forte,

mas é fato que, mesmo em pequena escala, já perde algum es-

paço para a internet.Temos que estar sempre atentos e trabalhar

cada vez mais", conclui.

Wesleysafadão, PadreMarcelorossi eanitta

entreosartistasmaispedidospelosouvintesdaemissora–mulherese jovensdasclassesc/d/e